domingo, 9 de julho de 2006

Sobre a corrupção da ... Revolução!(?)

Óh ... Senhor General! Vá lá, tire mais um cravo à "revolução"!
Para ver se a malta, de uma vez por todas, "abre mais os olhos"! OK? Seria um grande contributo para a cidadania, se desse umas "bicadas" destas, pelo menos de vez em quando!
Eu também já tenho tido processos disciplinares por bem menos do que isso, e que é preciso ter cuidado com algumas "vacas sagradas" da nossa praça pública, lá isso também subscrevo, porque também por aí já tenho "comido no corpo", que é como quem diz, temos de ter cuidado com quem usamos a nossa liberdade de expressão, produto de consumo de, apenas, alguns estratos sócio-económico mais elevados, pois a democracia que temos só se serve em pratos de "boas mesas" ...!
Mais uma tirada, da "última" do JN de Sábado, por
Paulo Martins
(eh pá, há por aí tantos Paulos Martins jornalistas!? Eu, por exemplo, tive um, colega do ISCSP ..., o "Jó-Jó"...)
"Foi uma asneira acabar com a JAE"
Garcia dos Santos General, antigo presidente da JAE
Outubro de 1998. O general Garcia dos Santos, ex-presidente da Junta Autónoma de Estradas, denuncia ao Expresso a existência de corrupção no organismo. "Quase de certeza absoluta que o Governo sabe quem são as pessoas corruptas", afirma, levantando suspeitas de financiamento partidário ilícito. Cai o Carmo e a Trindade. O ministro João Cravinho, que o nomeara para o cargo, chega a chamar-lhe "inconsequente mental". Uma sindicância posterior viria a confirmar ilegalidades. Porém, quem pagou foi Garcia dos Santos. Pagou mesmo - uma multa de 675 euros por se recusar a revelar, perante a comissão parlamentar, nomes de empreiteiros envolvidos em corrupção. O general não voltou a dirigir a palavra a Cravinho. "Reconheço que sou uma pessoa impulsiva. Não sei fingir o que não penso", diz. Do episódio, retém a convicção de que "foi uma tremenda asneira acabar com a JAE", decisão que o antigo governante socialista viria a tomar, por se perder património um valioso histórico e técnico. "Não duvido da honestidade e da competência do engenheiro Cravinho. Mas ele não teve coragem para levar em frente o que queria".Garcia dos Santos, que aos 71 anos continua a trabalhar como engenheiro civil, é co-gerente de uma empresa de geotecnia e topografia. Militar de Abril - "dos mais velhos entre os conspiradores", porque em 74 já era tenente-coronel - foi o responsável pelas transmissões, componente decisiva para o êxito do golpe. Secretário de Estado das Obras Públicas nos 2º, 3º e 4º governos provisórios, liderados por Vasco Gonçalves, voltaria ao cargo no 6º. A "diabólica" actividade - "não éramos ajudantes de ministros", ironiza, aludindo ao "estatuto" que Cavaco conferiu aos secretários de Estado - afastou-o do fervilhar político do PREC. Ainda assim, subscreveu o "Documento dos 9" e participou no 25 de Novembro.O conflito com Cravinho não foi o primeiro que travou com políticos. Em 1982, o primeiro-ministro, Mário Soares, recusou ratificar o seu nome como chefe de Estado-Maior do Exército, proposto por Eanes, com quem tinha contas a ajustar desde a exoneração do Governo PS-CDS. "Senti-me uma bola de pingue-pongue", recorda o general, que fora chefe da Casa Militar do presidente. O braço-de-ferro arrastou-se até Novembro de 1983. Por insistência sua - e para evitar uma crise política - Eanes acabou por demiti-lo.Garcia dos Santos é que não esqueceu. Mais tarde, deixou Soares de mão estendida na sessão de cumprimentos de uma cerimónia em Belém. Chegou a discutir-se se deveria ser preso, por desrespeitar o chefe de Estado.Nada que o preocupasse "Quem mas faz, paga-mas".
Paulo Martins

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