sábado, 20 de janeiro de 2007

Vous vous situez à gauche ...

Depois de ler mais um dos posts de meu mui citado mestre JAM (em nítido grande desabafo de um dos muitos enredos angustiantes desta polis pseudo-democrática), descubro-me a fazer mais um acto de contrição, mas daqueles que podem ser muito chocantes para aquela esquerditice ciumenta e antipluralista, que pintam o espectro luminoso de um absoluto cinzentismo progressista ...!? Visito, então, mais um sítio que me revela algo do meu posicionamento sócio-político, na perspectiva do espectro partidário do país a que se refere, a França (e aqui, confesso, as devidas correspondências partidárias revelam, preocupantemente, uma falta de relação entre o significante e o significado), e também chego a conclusões muito parecidas (vá-se lá saber porquê ...) às daquele meu Professor, certamente por razões não totalmente coincidentes com as suas - Eu, de esquerda, me confesso?... (Cito):
"Vous vous situez à gauche.
Les partis dont vous êtes le plus proche (dans l'ordre) :
1. Cap 21 (le mouvement de Corinne Lepage) mais, en règle générale, vous accordez plus d'importance au contexte dans lequel les gens évoluent (ou moins d'importance à leur responsabilité personnelle).
2. Génération Ecologie mais, en règle générale, vous accordez plus d'importance au contexte dans lequel les gens évoluent (ou moins d'importance à leur responsabilité personnelle).Le(s) parti(s) qui vien(nen)t ensuite :
3. le Parti Socialiste mais vous ne partagez pas toujours les mêmes opinions sur le rôle de l'Etat dans le domaine économique ou social.
4. l'UDF mais, en règle générale, vous accordez plus d'importance au contexte dans lequel les gens évoluent (ou moins d'importance à leur responsabilité personnelle).

Pour obtenir des explications sur ces résultats et sur les profils politiques de tous les partis :" (...)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Ciência, Religião, Política, Moral e ... Liberdade!

Entre purgas, com remissão ou não para o purgatório, e o charme intelectual dos pretensos neo-inquisidores dos brandos costumes lusitanos, já com assento parlamentar promissor de umas quantas tristezas mais ou menos institucionalizadas pela dita, vejo-me e revejo-me mesmo nas travessuras de alguns mentores meus que, perante os actuais cenários sócio-activadores das vontades cidadãs (que o mesmo é dizer os pregadores que movimentam os espíritos), se estatelam em conclusões que me fazem lembrar o dilema weberiano do "político e o cientista".
Mesmo para alguns doutos pensamentos, para quem, frequentemente, a razão maior não tem que se submeter à maioria das razões, vejo alguma emoção no toque que emprestam à razão que quer dominar, com coincidência ou não, os interessados na razão das coisas! Quer dizer, no meio das razões interessantes que a cada um pode assistir, não nos deixemos levar pelos "mecanismos de formação da opinião pública", quando questões fundamentais para a vida em sociedade como é a da IVG estão na 'mesa de discussão' pública. Em última instância, não nos deixemos 'amarrar' pelos dogmas de alguns pretensos anti-dogmáticos da democracia 'totalizante' (daquele modelo que diz que 'quem não pensa como nós não é democrático'), que ao esconder a cobardia com que enfrentam os opositores nas pontas ideológicas dos partidos que os pariram apenas prestam um mau serviço à liberdade!E não me digam que têm consciência, pois dessa estão muitas asneiras a impregnar o Mundo!
Por estas e por outras, aceito aqui, no Refúgio, mais uma deste "profeta":
"A preto e branco

Rui Rio terá muitos defeitos, mas não o da incoerência, e admiro-o por isso. Excepto quando a coerência se confunde com obstinação cega e dificuldade em ver as razões (também) dos outros. Rui Rio votou em 1998 a lei de despenalização do aborto e defendeu-a publicamente. A crédito da coerência, parecerá, pois, normal que vote agora de novo "sim". Também eu, que não defendo o aborto (e quem o defende, a não ser as patéticas militantes do "na minha barriga mando eu", "slogan" que um filósofo da ética como Peter Singer classifica de "lógica do negreiro"?), votarei "sim", pois o que está em causa é continuar ou não, em certas condições, a meter na cadeia as mulheres que interrompem a gravidez. Esta é uma questão de ética da responsabilidade e não uma questão metafísica ou religiosa, ou sequer científica, e a pior resposta que pode ter é a jurídico-penal. O deputado do BE Teixeira Lopes vê, porém, o mundo a preto e branco. Para Teixeira Lopes, o mundo divide-se em "bons" e "maus", e a participação de Rui Rio numa sessão do "sim" servir-lhe-ia para "recuperar a imagem junto de um certo eleitorado". Ora, se o "sim" pertence ao BE, eu passo, pois a última coisa que quero é que o meu voto no referendo (e "no meu voto mando eu") vá parar a um partido."
Retirada da "Última" do JNotícias, de A. M. Pina

sábado, 6 de janeiro de 2007

Enforcamentos democráticos ... mas onde é que eu já ouvi isto?(...)

Das últimas que têm chegado à Ilha sobre a unilateralidade da política norte-americana actual, esta parece-me a que melhor sintetiza a opinião pública mundial sobre a democracia virtual que vivemos (por um dos colunistas que considero um "profeta do contra-situacionismo"):
"Como se escreve a História
Depois da condenação à morte de Saddam Hussein no final de uma farsa judicial denunciada por associações de direitos humanos de todo o mundo e pela própria Alta-Comissária da ONU Louise Arbour, e depois do seu degradante enforcamento, o governo iraquiano decidiu agora adiar "por alguns dias" o novo e "democrático" (Bush dixit) espectáculo que anunciara para ontem o enforcamento do meio-irmão de Saddam, Barzan Al-Tikriti e de Awad Al-Bandar, ex-presidente do Tribunal Revolucionário, também eles acusados de tortura e assassínio.
Ironicamente, no mesmo dia do enforcamento de Saddam, foi divulgado um relatório do FBI sobre a prática sistemática da tortura em Guantánamo. Quem tiver curiosidade mórbida e estômago suficientes pode conhecer em http://foia.fbi.guantanamo/detainees.pdf pormenores dos tratamentos a que têm sido, às ordens de Bush, Cheney e Rumsfeld, sujeitas centenas de pessoas raptadas em vários países do mundo e levadas clandestinamente para aquela base americana. E, se além de curiosidade e estômago, tiver uma réstia de senso moral há-de perguntar-se por que motivo não são também Bush, Cheney e Rumsfeld julgados e, pelo contrário, são os juízes. E terá aprendido algumas coisas fundamentais sobre o modo como se escreve a História."
Retirado da última do JN (por António Pina)