quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Enebriante contemplação sinfónica da Criação

À espera do nascer do Sol … para um mestre do outro lado do Atlântico!

Penso na separação geográfica que as distâncias climáticas evocam, sobretudo quando as consequências fisiológicas em animais já tão culturalmente fragilizados como nós, humanos, se fazem sentir com pequenas mudanças dos elementos naturais.
E lembro-me, também, das sensações que me provocaram todos os episódios que vivi, enquanto marinheiro, enquanto navegava juntamente com outros à procura de espécies piscícolas. Mesmo assim, julgo tratar-se de experiências marítimas nada comparáveis às que tiveram, em tempos ditos gloriosos de outrora, os nossos e os demais marinheiros, que autenticamente se lançaram na aventura do desconhecido, “por mares nunca dantes navegados” …!

É dentro deste espírito reconstituinte que espero, ainda, encontrar mestre JAM em terras de Vera Cruz, mesmo que continue por lá a cruz de já pouco ou nada ser vero, no 'grande baú' que é esse reservatório de memórias armilares …! Para tal, escolhi uma reconfortante e inspiradora composição musical que, sei, terá oportunidade de reproduzir, mesmo que a tal não se veja obrigado. E que o Mar nunca nos separe!

Poderia ser Claude Débussy, pode ser Maurice Ravel, mas o que é, certamente, não é outra coisa senão o maravilhoso impressionismo que só a inspiração dos “anjos” dos nossos sentidos consegue construir, através da vocação dos que Deus dotou com a capacidade de realizar essa proeza que é transformar a interpretação da realidade natural numa enebriante contemplação sinfónica da Criação.

Lever du jour” - Maurice Ravel, Daphnis et Chloé (fragments symphoniques - 2éme série)

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