Privilégios da classe ... futeboleira!
Vícios, prebendas e mordomias e outros privilégios pseudo-nobiliárquicos de uma República cheia de realezas decadentistas! Arre!?
Se eu fosse magistrado, ou se política ou administrativamente tivesse responsabilidades na orgânica do nosso sistema social, não me calava perante esta oportuna, pertinente e acutilante “bicada” na eficácia da nossa Justiça. Ou então, não me digam que vão processar o “homem” (!?). Mas … “quem cala consente”, diz a velha mas sensata sabedoria popular, e agora não é caso para menos. Não! A comparação feita em mais este artigo de um tal senhor colunista de quem ainda há dias falei é, no mínimo, mais um contributo cívico para despertar a consciência colectiva desta anestesia futeboleira, no país que todos gostaríamos que fosse campeão mundial! Apenas não nos podemos vangloriar com tamanha situação social, ou então corremos o risco de perdermos, definitivamente, a chama que, parece, está oportunamente a renascer. Não posso dizer «Viva Portugal» com o estado de coisas que se depreende da síntese comparativa muito bem conseguida no artigo que, a seguir, transcrevo da “última” do JN de hoje:
"O exemplo italiano
Dirigentes da Juventus, do Milan, da Fiorentina, da Lazio, o presidente da Liga e vários árbitros começam depois de amanhã a ser julgados em Itália por crimes de corrupção. O escândalo veio a público há pouco mais de um mês, mas a sentença deverá ser pronunciada já em Julho. Compare-se isso como o nosso pelintra "Apito Dourado", que está de novo suspenso na sequência de mais um pedido de recusa de um magistrado feito por um dos arguidos (e outros se anunciam). Serão os magistrados italianos melhores que os portugueses? Não, a diferença entre a justiça italiana e a portuguesa reside, fundamentalmente, nas leis. E quem faz as leis são os políticos, não são os magistrados. Ora o nosso Código de Processo Penal oferece aos arguidos com meios para pagarem advogados a tempo inteiro possibilidades ilimitadas para, com incidentes de toda a ordem e a propósito de tudo e nada, bloquearem o andamento dos processos. O resultado é a prescrição da maior parte daqueles em que há "poderosos" envolvidos. Por isso é que, ao contrário do que fizeram os dirigentes desportivos italianos mal foram constituídos arguidos, nenhum dos acusados do "Apito Dourado" se demitiu. Porque todos têm boas razões para acreditar que nunca chegarão a ser julgados."
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